Os atentados na França não serão tratados como fatos isolados, como apenas quatro locais que sofreram ataques em Paris, colocando a “Cidade Luz” dentro da escuridão. Infelizmente, a noite de hoje pode ser um marco divisório na Europa, o momento oportuno do fortalecimento de vozes tão perigosas como as do Estado Islâmico.
Diferente do “11 de setembro”, a sexta-feira 13, a noite do terror em Paris, vem acompanhada de um momento histórico único, muito propício para movimentos políticos de extrema direita ganharem força e chegarem ao poder, ou com seu discurso nacionalista e xenofóbico, ou pelo medo causado pelos ataques. Acrescente a situação econômica de muitos países e a imigração em massa, e temos uma panela de pressão pronta para explodir, causando desastres muito piores que qualquer atentado terrorista.
Se não surgir uma voz de esperança na Europa, um líder para tranquilizar as pessoas e impedir uma verdadeira caça às bruxas, em breve alguém culpará 100 mil imigrantes pelos erros de 10 fanáticos religiosos. Soluções extremas serão tomadas, fronteiras serão fechadas, muitas pessoas serão condenadas sem julgamento, apenas em razão de sua descendência, e quando percebermos, aparecerá na TV um novo Hitler com uma nova ideia de “limpeza étnica”.
Precisamos combater o Estado Islâmico e todo seu terror, mas precisamos fazer isso sem criar um fascismo (disfarçado de democracia) nos países afetados. Mesmo do outro lado do oceano, vou incluir também o Brasil em razão da existência desse tipo de discursos. É esperado mais ataques terroristas na Europa, com possíveis “jihadistas” que entraram infiltrados entre os imigrantes, mesmo assim, esse momento deve ser de reflexão e calma, e não de atitudes raivosas e vingativas.
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